Estava aqui numa das varandas, com o pensamento longe, e me peguei observando uns pássaros que passaram por cima de outro prédio aqui na frente. Dai eu fiquei imaginando como que seria que eles la de cima, enxergam as coisas aqui debaixo. De cima os carros são diferentes, as árvores são diferentes, a iluminação do sol deve ser mais forte, as pessoas pequenas.
Será que as vidas deles são boas de verdade? Ou será que eles passam dificuldades como aqui, nessa terra sem dono, nessa guerra de quem tem mais poder, quem é mais bonito, quem é mais moderno.
Bom, isso eu não sei te dizer... Mas gostaria de saber.
Naquele momento ali, eu desejei que eu poderia ser um pássaro, pra poder voar para qualquer lugar que eu quisesse, e olhar quem eu quisesse, o mar que eu quisesse. Mas será que se eu fosse diferente do que eu sou, eu daria importância as mesmas coisas? Isso eu também eu não sei, afinal eu não sei de quase nada, quando aparecem essas perguntas.
Mas um dia a gente descobre, eu e esse mundão.
Eu também fiquei pensando se é racional darmos importância suprema a coisas que podem nos deixar a qualquer momento. Não sei se isso seria um ato de coragem, de depois enfrentar seja la qual fosse o sua sensação de perda, ou se realmente é melhor darmos importância suprema em nossas vidas só para aquelas coisas que sabemos que nunca vão nos deixar. Esse pensamento é meio esquisito. Mas pensem bem, quem é que gosta de perder algo que ama?
Eu fico triste quando vejo que as pessoas não falam o que sentem, por isso eu nunca pergunto algo que eu sei que vão mentir na resposta de qualquer jeito. As vezes eu consigo achar a resposta que eu quero apenas observando, e as vezes não consigo nem ver, nem sentir, sem ouvir.
Quem já tentou a manobra de forçar o sono, pra vê se esquecia alguma coisa? Eu ate tento, mas toda vez que acordo, eu lembro tudo de novo. Não tem outro jeito... Ou você encara a sua vida como ela é, ou você deixa de ter sua própria vida, e basta a não existir!
Encare seus sonhos. Vá a luta!